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domingo, 2 de outubro de 2011

Lavoura verniz

Erguer a pedra, dilacerar todo fragmento,
a fraqueza, o medo, a sem razão de continuar...

Apontar os olhos ao infinito alvo,
ápice segredo de atingir.

São mãos que trabalham, suores de ontem,
de hoje, de amanhã - E singir os tempos
dentro de um fim: a hora do alcance,

o verbo, o romance, libido é ofício.

Não trarás ao relento os vícios,
nem resquícios de amputadas horas que vagaram
ao chão, os passos invisíveis -

paredes ocas, tijolos e lacunas.

Balança na íris o guerreiro e a guerra,
o prisioneiro da tua gana de terra,
e chuva, e vento, e nuvem.

E é vernissage, lavoura verniz,
bagagem de quem diz no silêncio de uma marquise
o preâmbulo de construir verdades
no sedimento de um olhar - e é fé,

esperança de quem dorme, e é luz
no travesseiro de quem acorda...

- Os homens constroem realidades
e são apenas sonho no palpável instante
de existir.

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