Não tem meia
nem bola,
somente sacola
onde levo o pão
e a sola
gasta desse chão
que me leva
ao trabalho.
Não tem
o borralho
do fogão,
apenas candeeiro
aceso,
xícara exalando
o cheiro
ainda quente
de café.
Não tem o peso
da roupa,
unicamente
o varal teso
esticando
o horizonte
de um pássaro
tranquilo.
Aqui não
há cabide
de peça triste,
vide a vitrine
que esconde
o olhar
de vidro
de um manequim...
Aqui não
há o gole seco
num copo
de botequim,
não há
a esmola
da tarde
que arde
a fome
num farol...
Aqui há
um arrebol
de poesia
na pisada
titubeante
de uma criança
que ruma sem rima
para
a palavra e a fé
na prece
de um verso.
GRANDES FAVELAS - meu novo romance
Há uma semana
Um comentário:
Como gosto de poesia...me encantei com esta, nunca fui muito bom em interpretação, por isso tento deixar minha intuição me guiar e interpretar por mim rs. Gostei demais do teu texto no teu perfil.
'Apenas um Café', uma critica social forte e leve, e poética e imagens geniais, tipo: Aqui não
há cabide
de peça triste,
vide a vitrine
que esconde
o olhar
de vidro
de um manequim...
Parabéns, mais um blog poético que fará parte de minhas leituras virtuais.
ps. Grande abraço.
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