Na janela do destino
há uma rua sem tamanho – meu bem.
Aonde espero que a promessa me chegue
como derradeira instância.
Cumpro com o tempo
meus compromissos,
deito na calçada minha alma lavada
das sobras do dia – calos e brios.
Na janela, sem menino,
o vento dobra a esquina,
escolhe em estranhos
o apreço inesperado de receber saudação.
A saudade é um horizonte
espremido na fresta de um olhar
onde guarda, cedo, fotografias
em tons de amarelo.
Na janela, o absinto
la de fora invade o peito
cheio de clausura para despertar
invernos para o amanhã.
Um comentário:
Há esse vento deslizando por entre os cílios, horas que relógio não sabe conter nos teus ponteiros. Há toda essa beleza frutificando por entre as estrias do asfalto, aquela esquina florida, ou não, vista da janela.
Que belo, Márcio.
Beijo na alma,
Sam.
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