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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Começo e fim

Começar uma poesia
é como começar a vida...
o verbo invertebrado da palavra
se conjuga sempre
no infinitivo presentificando
o estar na vida.
Um sujeito caminhando
não modifica
seu caminho,
o caminho é imutável,
caminhar não.

Ainda gosto muito da maneira simples,
sem luzes de vaidade pairando sobre mim.
Sempre gostamos mais do que se nos assemelha,
pois viver sugere proximidade,
aprender por osmose.

Começar uma poesia,
é como começar a vida...
Não lembro o princípio de tudo,
nem o findar das minhas estruturas.

Palavra, é vestir o homem de propriedade,
com seu silogismo,
com seus elementos
de se fazer ser...

Acredito nessa forma irremediável
de me servir do mundo,
das coisas mais absurdas do mundo,
me encher de gente,
e ver numa calçada sem fim
meus pés sendo calcados
no chão desenhando uma biografia de passos
para depois morrerem soterrados
na palavra poeira...

Um comentário:

Lucia disse...

Se vc sentisse de verdade essa coisa de poeira nos pés, ia escrever ainda muito mais intensamente.

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