Eu quis o perigo
Quis fazer um abrigo numa procura
Que cala minha loucura desenfreada
Eu quis botar os pés na estrada
Saindo de mãos dadas com a madrugada
Com uma mochila, um tênis e dois reais
Eu quis surtar de vez em quando
Quis subir a âncora e aportar em outros caís
Fazer uma omelete em minha varanda
Entrar numa quitanda
Saborear o ar num arvoredo
Ler um verso do Quintana e sentar a bunda num rochedo
Eu quis descobrir o meu segredo,
Fazer remendo em meu medo
E espantar um desespero.
Eu quis o exaspero
Quando roubaram a minha calma
Eu quis a minha alma na palma da minha mão
Eu quis deitar no chão
E observar a dança das estrelas
Eu quis a fé vermelha, são elas, são elas
Eu quis ver um brilho num sorriso
Uma alegria num olhar
Eu quis ser mais preciso
Eu quis a terra, o mar, o ar
Eu quis calar quando o silêncio
Apenas queria gritar,
Quando o momento
Era apenas fuga
Misturada em sentimento
Eu quis permanecer
Para sempre parado
Num instante de amar
Eu quis o mar,
Amar o mundo
Amar o tudo que há em você
Eu quis o prazer
Misturado com uma dor de perda
Com uma saudade que me deixa tão longe de mim
Eu quis o fim
Quis acabar desmanchado no estalo de um beijo demorado
Eu apenas quis ficar calado
Sem demora
Com o que vale a pena
Com o instante que faz acontecer.
GRANDES FAVELAS - meu novo romance
Há 6 dias
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