Sim. Sou um abismo
afundado e profundo
no raso de uma xícara
de café.
Sou, de antemão,
o livro empobrecido
regado de rascunho e pó,
que as esquinas,
que as ruas,
as calçadas nuas
tão livres e cheias de vícios
encheram-me
de palavras empoeiradas,
de olhos esmerados
na miopia mais selvagem
que cavalga os homens
e é estribo e nó.
Sim. Sou um abismo
e arrisco-me nesse cúmulo
de ser desatado e só
como uma avenida
cheia de desespero,
cheia de sina
de chegada e ida.
Bate-papo literário e sessão de autógrafos
Há 2 meses
