Meu caro estranho,
caso o trem esteja lotado,
não se afobe nem se apresse,
ali, num banco espremido,
ao lado,
alguém sem destino
espera calado o próximo vagão...
Ainda assim, no estreito
de costelas e bolsas,
uma janela visita na rua
os olhos lá fora
pescando o vazio
que a solidão de gente muda
e cansada deixou para trás.
GRANDES FAVELAS - meu novo romance
Há uma semana
3 comentários:
Nas minhas viagens, por esta cidade aqui que não tem trem, sempre me encanta pensar na pluralidade da vida - ou ausencia dela - no rosto dos anônimos!
p.s: saudade de vc meu querido.
Abraços muitos!
Desci ontem de um trem assim, repleto. Não de vazios, de solidões.
Meu carinho,
Sam.
Talvez ele descubra que não havia razão pra ter pressa, no fim das contas.
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