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domingo, 11 de setembro de 2011

O vira lata

O latido do cão
é uma forma de solidão
que desconheço...
Livre, a rua a aberta,
dois olhos pagam o preço
de uma razão:
fugir pela avenida
sem nenhum tropeço,
a lingua pra fora
reconhecendo a vida -
cigana - embora,
uma cadeia cheia de lida,
cheia de chão
para descobrir o rastro
de algum poste
que ainda não recebeu
a visita de um abandonado...

Um comentário:

Quintal de Om disse...

é um agonizar nas horas
uma luta interminável de não se deixar levar
uma súplica, ora nos olhos, ora no corpo tombando pra frente, nas pernas fracas
cambaleando numa esperança quase, morta.
Quase! não ainda.
Quando nuns, o abrigo caçado na outra avenida, num canto de rua, num afogo desconhecido,
noutros, a única forma de ajudar é essa espera paliativa, como a do meu cão definhando, abaixo desses olhos meus :(

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