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quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Fé vermelha

Sobre um mar de agonia,
A panela fria fritando a espera de cozinhar as pedras que estão no caminho,
Mas escondidas.
Sobre um arreio de boi,
Os forasteiros ganharam o mérito das horas,
Foram nossas senhoras que nos trouxeram até aqui,
A fumaça ebulindo a abolição de muitas páginas rasgadas que ficaram para trás.
Sobre as palavras que vingaram,
A dança fez-se latente latejando o coração da gente
Como um tambor que profere a fé ferindo os nossos ais
Como auroras verdejantes de um tempo de outrora
Em que o cetro de nossos reis era feito das nossas riquezas:
muitos filhos, muitas mulheres.
Sobre nós,
O desassossego, a distância, o ermo,
O espelho mostrando uma face que não temos.
Queremos apenas o direito de uma página em branco
Para escrevermos a beleza de uma história que tentaram assassinar.
Queremos apenas caminhar nos flancos de uma vida
Com a autoridade necessária para decidir permanecer,
Participar ou desvanecer como rosas que murcham depois de um ardente sol.

Um comentário:

Adenildo Lima disse...

Pois é, assim somos nós: filhos da África! filhos do sangue derramado de um povo - hoje, precisamos apenas de uma nação brasileira, sem diferenciar o próprio sangue cirulando nas veias. MAMA ÁFRICA BRASIL!

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