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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Viés

Concilio agora os dias,
uma metástase de metáforas
e flores de acrílico
buscam num cachepot
o vazio de uma mágica.
E eu vejo nessa rua de vidro
aqueles olhos de selva e pedra –
rua sem relva – um fiapo de lua
deitando a noite sobre os viadutos.
Vi homens construírem seus sonhos com
a verdade de um bêbado
e ouvi música de pardais...
As costureiras tropeçaram
suas mãos de bailarina
e guiaram a sina pelo viés
das manhãs – agora são tecelãs –
agora são tecelãs...
Mas minhas mãos de tijolo
são meus dias ainda por fazer,
chegar em casa e esperar a vida nascer:
alguém à espreita – no fim, um muro,
achar no escuro o que ainda não se perdeu,
espalhar retalhos no chão
e configurar uma colcha de amores...

2 comentários:

Beatriz disse...

colecionando retalhos, há sempre uma figura para ser formada. bonito poema.
beijos

Sueli Maia (Mai) disse...

Reconstrução e mosaicos no viés de tua poesia. Beijos, poeta!

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