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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Tarde prematura

Na tarde prematura dos meus
eu vi pender, sem candura,
a cura sem sorte nos braços de Alice.

Agora era um mar de morte,
a vida desinibida,
esmorecida num parque de outrora
de árvore desigual.

Tudo era fatal -
o olhar covarde como porcelana
que ainda arde e fana
em minha íris de cristal.

E ela disse:
- Quem me chama? Quem me chama?

Sob o olhar desconfiado
de estranhos, ela se move
para fora de seu corpo frágil,

estende os braços
e crava, no coração gelado da cidade,
seu espinho de rosa,
seu sorriso despetalado
ao vento

e chora, com o sangrar dos ausentes,
seu grito último de esperança.

2 comentários:

CARLA STOPA disse...

Que bom estar aqui novamente...Grande abraço.

Sueli Maia (Mai) disse...

é letra de música, Márcio.
É poema a espera da canção.

Estou aqui.

um beijo, amigo.

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