Na tarde prematura dos meus
eu vi pender, sem candura,
a cura sem sorte nos braços de Alice.
Agora era um mar de morte,
a vida desinibida,
esmorecida num parque de outrora
de árvore desigual.
Tudo era fatal -
o olhar covarde como porcelana
que ainda arde e fana
em minha íris de cristal.
E ela disse:
- Quem me chama? Quem me chama?
Sob o olhar desconfiado
de estranhos, ela se move
para fora de seu corpo frágil,
estende os braços
e crava, no coração gelado da cidade,
seu espinho de rosa,
seu sorriso despetalado
ao vento
e chora, com o sangrar dos ausentes,
seu grito último de esperança.
GRANDES FAVELAS - meu novo romance
Há uma semana
2 comentários:
Que bom estar aqui novamente...Grande abraço.
é letra de música, Márcio.
É poema a espera da canção.
Estou aqui.
um beijo, amigo.
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