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terça-feira, 3 de abril de 2012

Beleza e nada

A lua no céu traduz
a viagem longa que hei de caminhar.

Derrama esse sereno prata
que o meu olhar dilata
a púrpura que verte do meu coração.

Assim se faz uma rua,
eu tiro o meu capuz,
me jogo à beira do escarcéu.

Feito juiz, todo homem é santo
que se encobre no seu manto,
a túnica que esconde a face
de gente culpada.

Voa lá no alto das desculpas.
Infringe essas régras
que escapolem às asas minhas.

Chegam gaivotas às íris dessa estrada,
chegam sem revoltas
pela tarde gris,

pois de manhã tem orvalho
e uma janela aberta para
conservar no espírito
essa sensação de beleza e nada.

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