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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

A condolência dos brutos

Tenra essa novidade,
e terá o concreto mais crespo
condolência dos miseráveis
diante de seus farrapos – esses embriões
da eternidade?
Mas não era como antes,
pois a lança transpassa o coração mortal
para além das ribanceiras
nesse abismo incamuflável de vida
e a sede dos bravos, aquela feita de gelo,
tão somente derrete a fúria dos vencidos
com uma lâmina ornando
a tez de espanto e que jaz
como lembrança de um sangue
que fana, doce face sem medo,
doce alma sem fé,
espasmado sentimento
de se fazer cru como uma borracha
vertendo sua lágrima nua e branca
e depois virar cinza, e depois virar pó...

3 comentários:

Sueli Maia (Mai) disse...

Este foi um poema onde me vi ouvindo o discurso de um oprimido. E a tecitura da palavra está perfeita porque parece que o pensamento fica adensado, sabe? Não sei se poderia dizer bruto, mas sofrido, talvez, e com dolência ao fim então foi pefeita a condolência.

Abraços, amigo, fica bem.

Beatriz disse...

Um poema inteiro, um ímpeto, muito bonito, poeta.
beijos

O mar me encanta completamente... disse...

Não sei se o tormento humano vem das interrogações, se da falta de respostas claras a essas interrogações. Sei apenas que enquanto procuramos é sinal que ainda estamos vivos. Encontrarmos o nosso "eu" já é meio caminho feito para alcançar a humanidade.
Te visitar é sempre tão gostoso.
Que Papai do Céu esteja ao teu lado de modo muito especial e
q Ele te dê muita sabedoria na caminhada dessa vida!


Beijos

Glória

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