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quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Passeio

Tenho em mim toda palavra muda
nos canteiros abstratos da minha vida.
Da esquina absurda do meu descanso
ouço no sótão de me ser sereno
uma canção que fala de pedras...
Foram todas as imagens para
aquela rebeldia dos versos marginais
que sempre escrevi sem saber:
How does it feel? How does it feel?
Eram para bem longe de um tempo
tão estranho, onde o sonho era
apenas caminhar sem a nostalgia
do ontem, sem a proeminência do agora,
sem o equilíbrio da espera de amanhã...
Minhas vestes são sujas desse instante
amarrotado de escombro e caos...
Foram abertas todas as rugas
e a minha pele treme uma bossa
quase nova num rebuliço de som
que acorda nesses acordes justapostos
e esse léxico me perseguindo
como um vômito ruminado
por uma vontade de sempre ir embora
para uma estrada longínqua:
e um rebanho de versos espalhados
pelas relvas afora desse inusitado
passeio humano.

4 comentários:

Sueli Maia (Mai) disse...

outros versos jogados à margem. Você tece bem os absurdos que vê no passeio. É como se o visse andando, ouvindo o MP4 a olhar oum gramado qualquer.

Beijos, amigo.
Obrigada pelos sorrisos.
Os ossos são sonoros e riem tb.

Dauri Batisti disse...

Nos canteiros abstratos
surgem palavras
como botões de pensamentos
que querem florescer.
No fim floresce,
ao invés,
uma persplexidade.

Um abraço.

Katrina disse...

A cada dia, um pedaço meu fica por aqui.

Lílian Alcântara disse...

Queria ter esta disposição de postar todos - ou quase todos - dias.

Tenho medo de envelhecer, olhar pro meu passado e ver que a poesia da rebeldia virou apenas rugas...

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