a vida, às vezes, 
se manifesta gritando 
diante de nós, 
um grito de dor, 
um brado pelo vazio 
da rua deserta, 
uma lua distante, 
a calçada calada 
como única companheira, 
cúmplice das madrugadas... 
a vida,
às vezes, pede socorro, 
e é tanto olhar cego, 
é tanto ouvido surdo, 
é tanta boca muda... 
a vida, sempre, mas sempre, 
vem buscar a seiva 
das manhãs bem diante 
dos nossos pés, 
mas é tanto passo apressado, 
é tanto compromisso, 
é tanta labuta, 
é tanto desespero, 
que nem notamos o tempero 
amargo que fazemos 
nessa mistura de água 
e azeite no ceio 
da cidade vestida 
de rua e solidão...

3 comentários:
É!
E como diz uma canção: que no meio de tudo isso, nunca nos esqueçamos de que a nossa consciência é o nosso grande farol. Que há meses que fazem chuvas, semanas que fazem sol. E,nos dias que tanto faz, que façamos com que o pouco seja muito, seja um olhar, uma sentinela ao nosso redor, ainda mais abrangente. .. E que alcance o outro. O mundo do outro.
Beijo meu, querido!
Mas a vida tem que resistir por nós. Haveremos de ter um olhar diferente, demorado, carinhoso sobre a cidade.
Um abraço
E somos e dela faremos ser - que façamos mais que às vezes.
ficou lindo, acanhado este texto.
Pareceu-me um texto de alguém com febre ou frágil por algo.
A vida é delicada.
abraços
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