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domingo, 12 de abril de 2009

De vez em quando

Às vezes pego o violão
um documento no chão ensaiando um abandono
qualquer recado pra revelar
a minha saudade que eu tenho de outro lugar.
Às vezes, cansado,
eu abro a geladeira e descubro
a minha sede de silêncios que teimo em fabricar
de amanhãs imperfeitos com sabores surreais,
sabores frios como lábios que provocam calafrios
pelas abas do meu corpo.
É que eu quero descansar ouvindo a madrugada
me fazer cócegas quando as estrelas
se esconderem por detrás das nuvens,
aqueles pirilampos viajantes que procuram
revelar a fantasia por onde passa despreocupado o nosso sonho.
É que eu sou um poema descuidado
que entra pela janela da tua casa e sussurra canções
com esses acordes de vento
e me faço sentir sempre uma sensação de alívio
por rabiscar, de vez em quando, esses versos desrimados.

3 comentários:

Quintal de Om disse...

Sinto-me em cada linha como senti a madrugada na noite anterior.
Assim, olhando estrelas e descansando o corpo, assim, em momentos quando o coração quer mais é bater umas rimas tortas de felicidade e saudades sem endereço.

Um tempo que não vivi?
Um embarcar em bondes que peguem um desvio para o passado?

Sei lá!

Senti-me traduzida em cada verso, em cada curva dessas abas de caminhos que se revelam, sem conhecermos de onde, como ou pq.

Só sei que é bom ser e estar.
Quero mais é permanecer nessa quietude, onde o que menos existe, é a inércia.

Beijos em tua alma, amor querido!

Sueli Maia (Mai) disse...

Ensaiar-se abandonado é buscar inspiração no sofrer de amor...
É isso mesmo?

Fica bem, querido.
Beijos,

Mai

Adenildo Lima disse...

Excelente!!!!

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