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sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Pelo sereno

Em minha ruína diária,
trago a força ambivalente
do meu sótão de tristezas,
asperezas essas que
indignificam meus restos,
meu entremeio de acolá.
Pela acuidade das horas,
verseja áspide e indolente,
o ritmo sem cálculo que já foi meu fim
e, agora, tão puro e – quando minto –
sinto tão somente um rol
espargido num fim absurdo...
Há um casulo de idéias
arando meu arauto
de confinamento,
pois minha alcova, ó cetro
que devora minha mão,
é armadura amarga
que consola-me em tenras
horas da minha madrugada
sem orvalho.

2 comentários:

Sueli Maia (Mai) disse...

Você escreve sobre os sentimentos que ficam nos porões e, novamente, como não é óbvio, os pos ao sereno e os dispôs em um sótão.

Pois é, coisas de quem tece com fios delicados e sempre se acha e deixa nos labirintos o rastro a quem não quiser se perder ou quem sabe se achar?

Abraços meu amigo tecelão.
Bom feriado, saudades sempre...

Beatriz disse...

Teu poema doí em cada verso, e ao fim seca como que exaurido. muito bom.
beijo beijo poeta

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