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sábado, 24 de julho de 2010

Coldre

Eu vivo,
indescritível e cego,
onde nem há razão,
vazar a perspectiva sem fim
da minha fotografia
espelhada, e branda...

São as traças e os livros
um jardim inútil,
(nem o centeio do inverno)
canteiro de obras obtusas
que em meu coldre veste...
Ah, o tempo da prisão!

Rumina o verme,
o tempo
que desgasta
essa história
de preguiça e pó...
meu osso encapado
de vertigens...

4 comentários:

Sueli Maia (Mai) disse...

Dos melhores que li aqui.


"um osso encapado de vertigem"
Duro e atônito.
Belo, Márcio, belíssimo!
abraço, amigo.

Juliana Matos. disse...

É preciso viver, é preciso viver, mesmo com tantas situações ainda há a necessidade de se estender a vida!
Um beijo
Ju

Quintal de Om disse...

Nenhum jardim é inutil, ainda que não tenha florido, ainda que seja estéril.

Abraços, flores e estrelas...

Sueli Maia (Mai) disse...

Onde estás que não te vejo?

saudades, poeta.



Saudades da leveza do menino que a cidade embrutece.

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