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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

solavanco

gosto do som inverso
a pauta em branco
que não diz nada
gosto

gosto do solavanco
que agosto me deixou
ruminar em giz
o verso

aposto uma nota
num tom marginal
e pintar de concreto
algumas folhas picotadas

ler do avesso
essas letras mal traçadas

negar comida às traças
que a estante
indomada

guarda com sua vaidade
de pretérito

3 comentários:

nydia bonetti disse...

Já disse que também gosto disso tudo... E gosto demais da tua poesia. Abraço, Marcio!

Domingos Barroso disse...

Márcio, a estante sempre ocupada com o peso dos livros por vezes esquece que as traças são leves e podem atacar-lhe a alma. Mas tu, o guardião, atento, escreves
e observas os rumores
do cotidiano. É uma forma mágica de protegê-la, poeta.

Forte abraço,
camarada.

Anônimo disse...

Poesia quase concreta, pintada da tinta de flor espremida.

Muito bom!

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