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terça-feira, 21 de julho de 2009

sem endereço

vai-se embora o asfalto longo,
um tombo desfeito por um levantar astuto.
vai-se embora a ira, desola o corpo,
cai a esmola em miséria,
séria risonha, face de aço e mirra...
não fica nem saudade nem preço,
nem endereço nem lamento...
não cabe no bolso o desespero,
não sai apressado o soluço...
vai-se embora... eu fuço, muco satisfeito,
um defeito em arreio e arroio,
cadastrando as placas de direção...
fica agora garoa morna
batendo revolução em músculo ansioso.
fica o cão laborioso do homem sentado,
um banco e praça, uma retina apagada.
fica um braço e musgo, uma vontade de cama,
ébrio desabrochar de um faz de conta
que aflora... e cutuca os sonhos
que ficaram afogados
num trago de cigarro de fumo e palha...

3 comentários:

Quintal de Om disse...

"Caminhando contra o vento
Sem lenço sem documento
Num sol de quase dezembro,
Eu vou
O sol se reparte em cruzes
Espaçonaves, guerrilhas

O Sol é tão bonito
Eu vou sem lenço, sem documento
Nada no bolso ou nas mãos
Eu quero seguir vivendo, amor
Eu vou, porque não?
Porque não?
Porque não, porque não?..."

Assim que li seu poema, me veio como relâmpago o trecho desta música em minha cabeça! rs

Beijos querido meu!

Sueli Maia (Mai) disse...

Cada vez mais clean, cada vez mais belo em branco e azul.
Meu lindo amigo, coração de menino, eu ando 'afogada' em papéis e meus dias estão pequeninos para tudo o que eu gostaria de fazer.
Visitar e ler teus textos são motivos de prazer mas não tenho conseguido e, a ultima semana em especial, foi mais atribulada. Mas estou bem e adorando ver que a cada dia escreves mais e mais.

Beijos,

Beatriz disse...

adorei.tem força e beleza;envolve.
bjo bjo

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