Feed

Assine o Feed e receba os artigos por email

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Tempo estranho

Eu aprendi o tempo estreito
do meu dia, quando me sorvi de abandono.
Achei defeito nessa nomenclatura imprecisa
de falar de amor, pois eu me ardo
e não sei dizer o que eu sinto.
Essas faces distantes distam rumos
e eu prumo – bêbado cambaleante –
consumo teimosia.
Eu aprendi o tempo estranho
do meu dia, quando me abstive de engano.
Agora rasgo meus fracassos
e espalho-os ao vento
para me fazer lento nessa colcha preterida
que me fere.
Eu prefiro a esfera elusiva
que me transfere para uma órbita
que alude à minha inquietude de me ser.

4 comentários:

O mar me encanta completamente... disse...

O que é que faz a beleza
nas palavras de um poeta?
É essa capacidade de as tornar
" virtuosas e belas", é como se
de repente as palavras ganhassem
vida e vivessem as mesmas emoções,
as mesmas ilusões de quem as escreve.

Minha admiração, sempre, querido.

Quintal de Om disse...

É, também mergulho nessa aparente inércia, onde tudo parece fora de prumo e mesmo tudo às avessas, tá tudo bem.

Estranho. Mas já me acostumei.

Fica bem :-)

Beatriz disse...

bela estranheza de ser.
beijo poeta

Sonia Schmorantz disse...

Teus poemas são de uma grande beleza e simplicidade, muito linda!
òtimo final de semana
abraço

Arquivo do blog