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domingo, 4 de outubro de 2009

Desembarque

No labor das horas
vive e destroça o punho cego,
punho cerrado, apanhado e trôpego...
Vive e destroça toda rima e toda joça,
minha cadeira de palhoça,
moça desenhando riso
sobre um manto de silêncio,
meu pêndulo esquece agora
que à tona vem em mim,
roliços, esses eriçados pelos,
elos de uma estação medrosa...
Esqueço em mim um zelo
que se manifesta,
esqueço em mim uma canção,
esqueço em mim a madrugada fria
onde costurei meus sonhos
com tua ânsia de pressa.
Procuro calar a calma,
procuro falar a alma
dessa pele nua, desse dia cru...
Prefiro teu aperto quando
despertas em mim
lembranças dessa ternura
que ainda não tive.
Aqui se vive pedra quando
se permite inundar de nuvens.
Agora as palavras dançam em
mim quase uma estação de desembarque,
porque espero um abraço
que ainda está guardado
em teus braços.

5 comentários:

Quintal de Om disse...

Então espere... espere que o abraço um dia virá;
A ternura ainda se viverá;

E o desembarque, será pro abraço de braços abertos,uma volta sem ida!

E aonde estiver... desejo que os seus seja um encontro na justa medida de algum outro que também espera... na plataforma dos dias, pra se embarcar de vez.

Beijo meu.

Gil. disse...

"Procuro calar a calma,
procuro falar a alma
dessa pele nua, desse dia cru..."

lindo isso, lindo mesmo!

=)

Beatriz disse...

As palavras desembarcam num pouso de alegria quando vem assim tão bonitas...
adorei o poema.
beijo poeta

Vivian disse...

...tão bom quando sabemos
que lá na curva da estrada
há um abraço a nos esperar!

bjbj, querido lindo!

Sueli Maia (Mai) disse...

Meu Deus!
Márcio como é visceral essa tua poesia, amigo lindo.
Eu fiquei e meus olhos foram lá dentro. Então eu fiquei debruçada sobre isto aqui:
"Aqui se vive pedra quando se permite inundar de nuvens".
(Márcio Ahimsa)
Homem, quanta força e delicadeza juntos nesse teu poema.

Beijos, amigo.
Fica bem
arriégua que saudade de ti.

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