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sábado, 13 de março de 2010

Fome

Não disse algum dia: agora é tarde!
Nas ruínas minhas de cada dia
não abdiquei de ser livre
nessa imensidão de me ser.

Se estou rasgado agora
é porque minha sina mendiga
vale mais que os ternos obsoletos,
vale mais que a vida vazia de gravata e nó.

Hoje eu estou mais descalço e nú
prendendo a mim apenas os sonhos,
apenas a sensação de me sentir um homem,
que ainda criança na premissa do sentir,


ri os meus cacos espalhados pelos cantos,
e esperneia a pirraça divina de não tolher
meu riso - porque assim, eu vivo.

Quem desiste de comer a poeira do mundo,
quem desiste de mastigar a febre do mundo
é apenas um absurdo num surto de viver.

3 comentários:

Lílian Alcântara disse...

nossa... que depressivo isto! me deu uma coisa ruim

Quintal de Om disse...

Mas o bom é ser assim, simples. E ser simples é ser inteiro.

Quem não tem fome do mundo, acaba por ter seus próprios sonhos desnutridos.

E a força, vem mesmo desse dia a dia,
Dessa nudez transparente!

E eu, adoro as surpresas do comum!

Beijo imenso!

Sentimentalidades-Todas disse...

e apesar de tudo, é preciso termos fome, inclusive de viver, mesmo que sejam as desventuras que nos atravessam.

Bonito espaço.
Abraços
Mônica

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