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sábado, 8 de maio de 2010

cabeça de balão

tenho um pé no chão
uma mão numa árvore
uma asa quebrada querendo voar

uma cabeça avoada
que só sabe sonhar

tenho um jeito inibido
com um olhar caído de desencantar
quem desacata o meu refrão
quem não prefere falar palavrão
quem interfere na minha libido
é um caso perdido que eu sopro no ar

eu sou um peixe, um pássaro, um morcego
eu não sou cego, meu eixo é tímido
sou tão menino meu tempo é verniz

tenho um pé no chão
uma cabeça de balão
voando tão alto
um sapato no asfalto
uma nuvem desmantelada
de cada pedaço disperso
que eu sempre sou

tenho um pé no chão
um dedo adiante da minha vista
um horizonte imenso
tão comprimido em meu coração

4 comentários:

Lílian Alcântara disse...

disparadamente melhor poema que já li por aqui... nu

Magna Santos disse...

Sabes tecer belas palavras. Tua cabeça de balão sobe alto e veloz.
Abraço.
Magna

Sentimentalidades-Todas disse...

Tão singelo, meu bem....

Sueli Maia (Mai) disse...

Cabeça de balão e um coração de poeta veloz.

abraços, Márcio

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