...corre o tempo como um vento, 
em todo lugar há um mar, 
seja de água e espaço, 
no mesmo instante eu vejo futuro, 
vejo bruto e irreal o passado, 
vejo molhado de sal 
o gelo voraz desse presente. 
corre o tempo, corre agora 
como sem limite como um raio 
teimoso de sol a invadir minha janela 
pela fresta do viver... 
agora corre o tempo, 
corre lento e célere, corre como 
martelo, sino do fim, pino pregado 
no solo, tábua angustiada 
dessa labuta de vida... 
agora, Lílian, corre em mim 
a palavra e o verbo, corre, 
mas não vai, mas não fica, 
corre absurdamente para 
dentro de mim, corre como 
tálamos nesse bálsamo de sentir... 
agora o tempo é um livro aberto 
de páginas em branco, 
é um infinito que não cabe 
na palma da minha mão, 
mas cabe dentro do meu 
pensamento... 
e a palavra está nua, 
a poesia está vestida 
de segundos, 
está vestida 
de poeira 
e pó...

4 comentários:
O tempo que corre deixa as etapas da vida mais aguçadas... e trazer o infinito a nos acariciar sempre... abs meu caro... chego hoje aqui e já a te desejar um feliz 2010.
Como se não bastasse um comentário destes no meu blog agora o encontro por aqui. Uma bela intertextualidade, um belo poema, homenageada.
Muito bom, poeta.
Agora o tempo é um livro aberto.
Páginas avançam, páginas se voltam.
Que livro é este - tempo...
Que leitor é este e que dedicatória mais linda.
Lilian é um belíssimo nome.
Um carinho e um sorriso, amigo.
Mas a poesia nú ou vestida é sempre bela.
Lindo poema...
Bjos, estava com saudades de vir aqui.
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