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sábado, 26 de dezembro de 2009

corre o tempo

...corre o tempo como um vento,
em todo lugar há um mar,
seja de água e espaço,
no mesmo instante eu vejo futuro,
vejo bruto e irreal o passado,

vejo molhado de sal
o gelo voraz desse presente.
corre o tempo, corre agora
como sem limite como um raio
teimoso de sol a invadir minha janela
pela fresta do viver...

agora corre o tempo,
corre lento e célere, corre como
martelo, sino do fim, pino pregado
no solo, tábua angustiada
dessa labuta de vida...

agora, Lílian, corre em mim
a palavra e o verbo, corre,
mas não vai, mas não fica,
corre absurdamente para
dentro de mim, corre como
tálamos nesse bálsamo de sentir...

agora o tempo é um livro aberto
de páginas em branco,
é um infinito que não cabe
na palma da minha mão,
mas cabe dentro do meu
pensamento...

e a palavra está nua,
a poesia está vestida
de segundos,
está vestida
de poeira
e pó...

4 comentários:

[ rod ] ® disse...

O tempo que corre deixa as etapas da vida mais aguçadas... e trazer o infinito a nos acariciar sempre... abs meu caro... chego hoje aqui e já a te desejar um feliz 2010.

Lílian Alcântara disse...

Como se não bastasse um comentário destes no meu blog agora o encontro por aqui. Uma bela intertextualidade, um belo poema, homenageada.

Sueli Maia (Mai) disse...

Muito bom, poeta.
Agora o tempo é um livro aberto.
Páginas avançam, páginas se voltam.
Que livro é este - tempo...
Que leitor é este e que dedicatória mais linda.
Lilian é um belíssimo nome.

Um carinho e um sorriso, amigo.

Erica de Paula disse...

Mas a poesia nú ou vestida é sempre bela.

Lindo poema...

Bjos, estava com saudades de vir aqui.

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