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sexta-feira, 28 de agosto de 2009

para perder o descontrole

Quero perder o descontrole, cerrar os dentes, mastigar a palavra como quem mastiga um silêncio abrupto. Amanhã eu estava um surto de mesquinharias com a minha cara virada pro alto... Era algo assustador quando ontem eu estarei feliz com minha volta daquele passeio: lá eu fiquei parado, era um sarro, corri, corri, corri... Ah, estava longe de ir, pois a cadela de bolinhas tinha uma pinta bem quadrada na íris esquerda do seu lado direito do focinho. Bicho tranqüilo, ainda mais que a Bernadete, aquele moleque caçula filha do senhor Berenice tinha a mania de caminhar de ponta cabeça, com as mãos espalmadas no chão, plantando bananeira. Mas, assim... É que o dia hoje, pela manhazinha, vai nascer bem quando o sol se por, com janela, essa sim, sempre escancarada com suas vidraças mostrando a paisagem do lado de dentro. Será uma casa bonita, com barriga de lampião acesa o dia inteiro, e o cadarço do sapato amarrando os dedos dos pés, para não deixar fugir a normalidade do caminhar. Depois, é catar esponjas e inflar aquela saudade daquele dia, sabe, depois de amanhã, quando eu belisquei, bem de leve, seus lábios de vento...

4 comentários:

Dauri Batisti disse...

O desconto de tudo é que podemos voar com as palavras e criar outro cenário, outro estádio, outro jogo onde não só Borges é o tal, mas, talvez, qualquer um pode ser assim, soltando as imagens da mente e fazendo da pobre rua onde mora um reduto de encontros e tertúlias. depois de amanhã, amanhã, hoje, agora, nesse exato momento em que Cristo fez o presente que se chama hoje.

Tudo de bom, bom fim de semana.

Um abraço.

Gil. disse...

me fez suspirar no fim...

[Um beijo]

Sueli Maia (Mai) disse...

Márcio,

eu vou te falar uma coisa, cara, tu andas escrevendo com a leveza da mais alva e cara pena de um imortal.
Coisa linda é isso que andas tecendo?
Coisa linda! E o que vens escrevendo é letra embolada na linha, nas palavras nas linhas, nas letras...
Lindo esse teu descontrole.E Tu és este controle descontrolado, és esse achado perdido, no meio do mato da selva de pedra, chamada São Paulo.

Muito carinho, meu amigo.

Hugo de Oliveira disse...

Nossa fiquei sem ar com esse texto.


amei...

abraços


Hugo

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