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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Eu poético

...também guardo a esfacelada face pelo ocre esmaecido da tarde. E o carbono do dia, e a virgindade da noite - e em meu corpo são rascunhos e vales - tatuagem expressiva que o látego desenhou. Foi um suborno que o ofício do dia me deu de presente. Agora não se inventa mais a sorte, nem se comenta o olho assassino que o instante inesperado forjou. Mas vou-me embora pelo abismo que aqueles pés desenharam. Era uma nudez presente, era uma barca inexorável. Sim. Eu sobrevoei os edifícios da soberania humana, lá todas as estrelas pendiam do céu, era um emaranhado de cometas dormindo calados enquanto os homens, cansados, escolhiam pequenas chamas ainda acesas para fazer verniz em seus sonhos tão apagados. Por isso não sofro, não rio, não choro, pois sou um silêncio poético pelo incabado de versos, pelos destroços de cimento e pedra que ainda invento nessa calçada que abre estrias nesses meus pés de caminho e lida.

2 comentários:

CARLA STOPA disse...

Abismos e labirintos sempre ficam...Cabe-nos desvendá-los...

Quintal de Om disse...

E a tua poesia, querido meu. S"ao presentes nossos... "Pães Nossos de Cada Dia"

Meu carinho mais que especial hoje pra ti. Feliz Aniversário!

Sua presença em minha vida, sempre sera luz.

Adoro vc!

Beijo meu!

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