Pelas estradas abertas que soerguem os dias
Não posso mais que caminhar.
Que tenho de sonhos tão abertos?
Que tenho de alma nua, com nua é a lua que me guia?
Que esses passos conduzam a alguma solidão,
Pois esta, que me guia pela noite, que me alivia de vanguardas,
É que me trás a morte da miséria, da mesquinhez.
Pois que agora, sem sombra nem ramos caídos,
Sem ferrugem nem cal carcomida,
Dessas veias abertas por onde corre meu sangue,
Por onde corre o vermelho dos meus dias,
É que se faz a aurora da vida.
E ela vem sorrindo num olhar de garoto,
Vem apreciar as coisas tortas que o acaso não mostrou
E regar uma horta de amores,
E jogar no brejo o dissabor de não tentar, sequer, descobrir.
Bate-papo literário e sessão de autógrafos
Há 2 meses
