Feed

Assine o Feed e receba os artigos por email

sábado, 3 de janeiro de 2009

Desiguais

Sorvendo as horas,
devagar, estrangulando meus instantes,
vou caminho ambulante
por essas bordas de destinos.
Em desatino, bebo os meus vagabundos
nesse berço meliante
que o torpor da lucidez
me apresenta:
a infância me surge maltrapilha
vestida de farrapos e me estende as mãos.
É quando vejo que a pedra
do passado pesa nesses dedinhos sujos
e faz calo denso.
Tão densa é a vida,
tão intensa a despedida
dos sonhos que, nem sequer,
nasceram em seus olhos miúdos
e protegidos de ramela.
Pelas mãos dos homens,
essa janela escancarada
ornando a sacada dos desencontros
pelos iguais tão desiguais.

3 comentários:

Quintal de Om disse...

Lhe estendo as mãos... mas não vestida de farrapos.

Estamos inertes naquele sonho bom, veja!

E então, feche os olhos e vem...

Não é preciso tirar os pés do chão para voar!

Abraços, flores e estrelas....

Dauri Batisti disse...

O tempo e o sonho de que somos parte. O tempo e a tentativa de entender-nos como parte. O tempo e a sede de vivê-lo minuto por minuto. O tempo que condensa e prensa tudo num pequeno coração.

Sueli Maia (Mai) disse...

Oi, querido.

Disto tinha saudades, de ti, este imenso.
Há no caos de nossas mentes, esta fantástica e plástica possibilidade de brincar com o tempo que só uma coisa aguenta... Justo a nossa mente que o condensa e prensa mesmo, como diz o dauri.

Márcio, é tão encantadoramente lindo o que escreves, que fazemos um 'passeio' literal no tempo. em um tempo que sobrepõe, como que pervetendo à física, múltiplos 'eus' em um só corpo e, ocupando o mesmo lugar no espaço.

Porque hoje, já és outro, mss como dissociar-te do ontem... E mais, se hoje lembras, o ontem já passa, atualizado, a ser hoje.

O tempo, querido, é como nós e nosso mar de emoções, nada contém...

Amei, amo e amarei... todo imenso que escreves.

Carinho, muito, muito e muito.

Prá este ano, desejo que um amor que te mereça, te encontre.

Luz!
Paz!
Alegrias, todas...

Arquivo do blog